Copom reduz taxa básica de juros de 4,5% para 4,25% ao ano
Pela quinta vez consecutiva, o Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (5)
reduzir a taxa básica de juros, que passou de 4,5% para 4,25% ao ano.
Com a decisão desta quarta, a taxa Selic atinge
uma nova mínima histórica. É o menor patamar desde 1999, quando o Brasil adotou
o regime de metas para a inflação. O atual ciclo de queda da Selic se iniciou
em julho do ano passado.
Taxa básica de juros
A medida já era esperada pelo
mercado financeiro. Na semana passada, os analistas consultados pelo boletim
Focus (pesquisa semanal do Banco Central) estimaram que a taxa Selic fosse
reduzida para 4,25% a.a. e mantida assim ao longo do ano. A expectativa é que
ela só volte a subir em 2021.
Em comunicado, o Copom indicou
que deve interromper os cortes na taxa Selic."O Copom entende que o atual
estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária.
Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de
2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização
monetária", diz o texto.
"O Comitê enfatiza que
seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica,
do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso
crescente para o ano-calendário de 2021".
Selic
e inflação
O Copom se reúne a cada 45
dias para definir a Selic, buscando o cumprimento da meta de inflação. A meta é
fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Quando a inflação está alta ou
indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros
cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o
consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a
inflação tende a cair.
Se as estimativas para a
inflação estiverem em linha com a meta, como ocorre no cenário atual, é
possível reduzir os juros. Isso estimula a produção e o consumo.
A meta central de inflação
para 2020 é de 4%. Como o sistema prevê margem de tolerância, a meta será
considerada formalmente cumprida se ficar entre 2,5% e 5,5%. Para 2021, o
objetivo central de inflação é de 3,75% (tolerância entre 2,25% e 5,25%).