Caixa anuncia inclusão de custos de cartório e ITBI em financiamentos da casa própria
O
custo médio para registro do imóvel nos cartórios varia de 2% a 5% do valor da
unidade conforme a região, segundo a Caixa.
A
Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira (2) a inclusão das custas
cartoriais e despesas de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) nos
financiamentos de imóveis feitos no banco. Essa medida vale para todas as
operações residenciais com recursos do FGTS e, nas operações com recursos da
poupança (SBPE), para imóveis com valor de avaliação de até R$ 1,5 milhão.
Segundo
o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em abril, foram assinados 3 mil
contratos pilotos incluindo as taxas de cartórios nos empréstimos e, a partir
desta quinta, está liberado para todas as famílias.
Atualmente,
o custo médio para registro do imóvel nos cartórios varia de 2% a 5% do valor
da unidade conforme a região, e essas taxas são pagas pelo próprio cliente nos
trâmites de registro do contrato de financiamento habitacional, segundo a
Caixa.
O
limite de financiamento dessas taxas será de 5% sobre o valor financiado para
financiamentos contratados com recursos SBPE e de 4% com recursos do FGTS.
"O
valor total do contrato do cliente (valor relativo à compra do imóvel +
financiamento das custas cartorárias e ITBI) deve estar dentro dos limites
aprovados, observando-se sua capacidade de pagamento e o valor máximo permitido
para o programa em que ele se enquadra", informou a Caixa em nota.
A
Caixa calcula que a liquidez gerada pela medida por aliviar esse custo para as
famílias ao incluírem essas taxas no próprio financiamento habitacional será de
R$ 400 milhões por mês e R$ 5 bilhões por ano.
Segundo
Guimarães, já houve adesão de cartórios de 14 estados. "Vamos acelerar
porque vai ser uma demanda da sociedade e certamente novos cartórios vão
aderir, e até outros bancos implantarão a medida", disse.
Ainda
de acordo com o presidente da Caixa, as agências estão prontas para fazer os
financiamentos incluindo as custas cartoriais.
Registro
eletrônico de escrituras
Outra
medida anunciada foi o registro eletrônico de escrituras para contratos pessoa
física de empreendimentos financiados na Caixa, que será realizado de forma
eletrônica com troca de arquivos de dados estruturados entre o banco e o
respectivo Cartório de Registro de Imóveis. A adesão ao novo registro será
possível a partir de 13 de julho. O registro eletrônico dispensará a
necessidade de recebimento do contrato físico pelo cartório.
O
processo se dará por meio da Plataforma Centralizada do Colégio do Registro de
Imóveis, habilitada inicialmente para a participação das demais Centrais de
Serviços Eletrônicos Compartilhados dos Estados e do Distrito Federal, que
funcionarão de forma padronizada.
De
acordo com a Caixa, a medida permitirá acelerar o registro das operações, que
antes levava em torno de 45 dias e agora poderá ser finalizado, em média, em 5
dias.
Medidas
para construtoras
O
pacote anunciado trouxe ainda a flexibilização da comercialização mínima de 30%
para 15% para novos empreendimentos das empresas. O objetivo é fomentar o
mercado imobiliário para lançamento de novos empreendimentos.
As
outras medidas são a possibilidade de contratação da produção de
empreendimentos sem exigência de execução prévia de obras e de destinação dos
recursos provenientes das vendas das unidades habitacionais para pagamento dos
encargos mensais.
A
expectativa da Caixa é contratar 1.280 novos empreendimentos, o que representa
156 mil novas moradias e 485 mil empregos diretos e indiretos.
Pausa
nas prestações
A
Caixa já havia divulgado em maio o aumento da pausa para 4 meses no
financiamento habitacional para clientes com até duas parcelas em atraso,
além do prazo de carência de 6 meses para contratos de financiamento de imóveis
novos e a renegociação de contratos com clientes em atraso entre 61 e 180 dias,
permitindo pausa ou pagamento parcial das prestações.
Até o
momento, mais de 2,4 milhões de mutuários solicitaram a pausa na prestação
habitacional. Durante o período de pausa, o contrato não está isento da
incidência de juros, seguros e taxas. Os valores dos encargos pausados são
acrescidos ao saldo devedor do contrato.
Outros
26 mil novos contratos com carência de 6 meses para a 1ª prestação foram
fechados, segundo a Caixa.
Crescimento
nos financiamentos
Guimarães
anunciou o crescimento das contratações de financiamentos para casa própria
entre janeiro e junho, em meio à pandemia. O volume foi 22% superior na
liberação de crédito em relação a mesmo período de 2019 - de R$ 39,61 para R$
48,21 bilhões. Somente em junho, foram liberados R$ 11,1 bilhões para
financiamentos habitacionais.
O
banco passou a ter 41% na participação no mercado do crédito imobiliário no
país com recursos da poupança - aumento de 78% em relação a 2019, no período de
janeiro a maio.
"Muita
gente aproveitou o preço menor e a facilidade da carência de 6 meses. Foram os
melhores meses dos últimos 4 anos", disse Guimarães.
Fonte:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/07/02/caixa-anuncia-inclusao-de-custos-de-cartorio-em-financiamentos-da-casa-propria.ghtml