Venda de imóveis será incentivada por juros baixos, diz setor imobiliário
Atualmente, as taxas do financiamento imobiliários variam
de 6,5% ao ano até 8% ao ano nos grandes bancos
A venda e compra de imóveis em todo o país deve
retomar o ritmo de crescimento até o final do ano. Apesar do cenário ser ainda
muito incerto em relação ao retorno da atividade econômica, especialistas do
setor imobiliário se mostram otimistas e acreditam que a crise não deve penalizar
fortemente o setor.
Basilio Jafet, presidente do Sindicato da Habitação de
São Paulo (Secovi-SP), afirma que não ainda não é possível mensurar o impacto
da pandemia de coronavírus (covid-19) no setor.
Mensalmente, o Secovi-SP divulga uma pesquisa sobre as
vendas de novas unidades residenciais na capital paulista. Os dados de março
ainda não foram apresentados, mas é esperado que o resultado seja bem inferior
aos dados de janeiro e fevereiro deste ano. “A compra de um imóvel é uma enorme
responsabilidade. As visitas as unidades caíram 70%, o que é super
compreensível. Ninguém compra um imóvel sem poder visitar.”
Se as visitas físicas caíram, a busca online por imóveis
registrou um aumento expressivo. No Imovelweb, site de compra e aluguel de
imóveis, houve um aumento na busca por imóveis de 68% nesta última semana de
abril, frente ao mesmo período de março.
Para Tiago Galdino, diretor financeiro do Imovelweb, este
aumento não significa que negócio será fechado rapidamente, mas é um forte
indicador no processo do ciclo da compra de um imóvel. “Nas primeiras
semanas de março, houve uma queda de 33% nas buscas de imóveis no portal porque
ninguém saiba o que iria acontecer. Já em abril, nota-se um início de
recuperação.”
Juro e estoque baixos
A possível recuperação do setor imobiliário se deve
principalmente pela taxa de juros estar no menor patamar da história. Com a
Selic em 3,75% ao ano, as taxas do financiamento imobiliários variam de 6,5% ao
ano até 8% ao ano nos grandes bancos, o que é considerado bem atrativo ao
consumidor.
A Caixa também anunciou uma carência de
seis meses (180 dias) para o início do pagamento das prestações de
financiamento de imóveis novos para todas as linhas de crédito habitacional do
banco. “Quem está empregado e já pensava comprar o imóvel, a oportunidade é agora.
Se a Selic subir, o juro do financiamento imobiliário sobe também”, acrescenta
Galdino.
Somado a isso, atualmente, o mercado imobiliário apresenta
um estoque baixo de imóveis. Em São Paulo, por exemplo, em fevereiro, o número
de imóveis em estoque (aqueles que não foram vendidos até três anos após o
lançamento) era de 30.750. Em dezembro do ano passado, o estoque era de
34.019.
Com a oferta baixa de imóveis, a expectativa é que não haja
queda no preço do metro quadrado, além disso, Jafet acrescenta que
incorporadoras estão capitalizadas e com menos dívidas. “Os lançamentos foram
postergados e os custos que envolvem a construção de um imóvel subiram nos
últimos dois anos.”