Para ter clima de paz no condomínio, bom senso é a principal regra
Professora de etiqueta fala sobre problemas do cotidiano que podem
afetar a harmonia das relações entre vizinhos e dá dicas de como evitar
situações chatas e incômodas
Por Hugo Oliveira, da Comunicação Sem Fronteiras
Se há um desafio comum a todos os tipos de condomínios, esse com certeza
é o de promover o clima de harmonia e tranquilidade entre seus condôminos.
Tarefa nada fácil realmente, mas possível sim desde que algumas regras de
convivência social sejam seguidas.
A professora de etiqueta do Senac de Goiânia, Danielly Freitas, lembra
que um condomínio, seja ele vertical ou de casas, é um espaço que reúne
famílias de diferentes origens e estilo de vida, que pouco se conhecem, mas
precisam conviver e dividir muitos espaços em comum, seja o elevador ou a
churrasqueira da área de lazer. Diante disso, ela defende que uma regra sempre
deve prevalecer, a do bom senso. “É da consciência de cada um evitar invadir o
espaço do outro para não gerar mal-estar. Existem regras estabelecidas pelo
condomínio para evitar confusões e as pessoas precisam respeitá-las”.
Mas a professora reconhece que esse tal de bom senso não é para qualquer
um e por isso todo condomínio tem sempre aquele vizinho “sem noção”. Segundo
Danielly, esse tipo de pessoa invade o espaço do outro, faz barulho fora dos
horários estabelecidos, utiliza a área comum de forma inadequada e acha que
seus direitos valem mais que o dos outros, só porque adquiriu um apartamento no
condomínio.
“Geralmente, essas pessoas não participam das reuniões de condomínio
para se inteirar a respeito dos problemas e atualizações sobre as regras do
regimento interno. Abordar com educação e paciência pode fazer com que a pessoa
perceba o erro e o corrija. Muitas pessoas utilizam o mesmo espaço e é normal
ouvir queixas de vez em quando. Mas se a pessoa é daquela que gosta e sempre
procura o atrito, é melhor deixar a tarefa para o síndico”, orienta a
professora de etiqueta.
Segundo ela, os moradores “sem noção”, em contrapartida, precisam
desenvolver o bom senso. “Antes de tomar decisões as pessoas têm que se
perguntar: ‘será que estou incomodando meu vizinho?’ ‘É possível deixar a
faxina para outra hora?’ ‘Será que andar de salto pela manhã pode acordar o
bebê do vizinho de baixo?’ Se todo mundo desenvolver a habilidade de se
preocupar com o próximo, tudo vai correr bem. Tem que ter empatia. Se gosta de
respeito, respeite os outros também”, argumenta a professora.
Barulho e crianças
Uma das coisas que mais causam atrito em condomínios é o barulho fora de
hora, de acordo com Danielly. “Geralmente, condomínios proíbem ruídos altos
antes das 9h e após as 22h em dias de semana. Então as pessoas têm que estar
atentas a isso. Se vai fazer obras, a entrada dos pedreiros tem que ser a
partir das 9h. O mesmo vale para festinhas durante a semana. Após as 22h, só é
permitido som ambiente. Conversas altas também incomodam”, alerta.
O comportamento de crianças também é motivo frequente de desavenças.
Segundo a especialista em etiqueta social, a criançada não tem maturidade e se
entrega a momentos de empolgação que podem render barulhos, correrias entre
outros problemas. “Os pais devem estar no controle, não deixar que a criança
fique sozinha perambulando pelo prédio. Além do incômodo que pode ser gerado
aos vizinhos, existem áreas que oferecem riscos aos pequenos, como o
estacionamento. Então os responsáveis têm que ensinar o que é correto e o que é
errado, ou seja, é preciso estabelecer limites”, frisa a professora.
Equilíbrio, bom senso e respeito são alguns conceitos que devem nortear
a boa convivência entre as pessoas, mas para ajudar ainda mais, a professora de
etiqueta Danielly Freitas preparou cinco dicas que contribuem para um clima
harmonioso entre vizinhos em qualquer condomínio:
1.
Respeitar o próximo - Na dúvida, sempre se pergunte: “Estou incomodando alguém?”, “Será que
minha atitude pode ser considerada desrespeitosa?”, afinal sem respeito não se
chega a lugar nenhum;
2.
Saber até onde posso ir - Conhecer as regras do condomínio ajuda a estabelecer limites para o
comportamento do morador;
3.
Aprender a viver em sociedade - É necessário ter paciência. Às vezes, uma pessoa quer exigir demais,
mas ela própria não está disposta a colaborar para isso. É necessário entender,
compreender e respeitar para ser entendido, compreendido e respeitado;
4.
Respeitar os profissionais que trabalham nos condomínios - Porteiros, seguranças, pessoal da
limpeza são contratados para prestar serviços para o condomínio e não devem ser
chamados por moradores para resolver problemas particulares. Não podem ser
retirados de suas funções para que tudo esteja em ordem. Moradores não podem
fazer querer fazer papel de síndico na ausência dele;
5.
Participar das assembleias - Este é o momento destinado a sugestões, reclamações e resolução de
problemas do condomínio. É importante que o morador participe para estar ciente
dos problemas existentes e esteja apto a prevenir o surgimento de outros.