O amigo que mora ao lado
Há
quem não goste dos vizinhos, mas quem se abre para este relacionamento tem boas
histórias para contar
São
inúmeras as histórias que envolvem a ajuda que um vizinho pode nos oferecer,
desde uma pitada de sal, um abridor de garrafas, o Wi-fi, uma conferida se a
porta está trancada, aquela ajudinha com o carro e por aí vai.
Este
tipo de situação tão corriqueira no passado, sobretudo no interior, revela a
importância do vizinho. Seja uma chácara, casa, apartamento ou fazenda, ele
está lá, quase sempre disponível para ajudar. Quase um parente, ele tem até dia
para ser celebrado: 23 de dezembro.
Com
o fenômeno da urbanização, consolidado nas décadas de 70 e 80 no Brasil, e a
vida moderna, cheia de compromissos, essa convivência tem se tornado mais
distante para muita gente. Há quem os considere invasivos e prefira a
distância. Mas, ainda assim, quem se abre para esse relacionamento tem tido
gratas surpresas.
Assim
considera a artesã e doceira Leisiane Menezes, de 39 anos, moradora do
Condomínio Villa Lobos, no Complexo Residencial Eldorado Parque, Região Oeste
de Goiânia. Sempre disposta a socorrer os vizinhos em situação de emergência,
ela também já foi ajudada. “Eu viajei e estava em dúvida se tinha trancado a
porta do apartamento. Liguei pra minha vizinha que é a síndica, e ela conferiu
pra mim. Estava trancado, mas foi bom poder contar com este apoio”, recorda.
Outra
pessoa que pode contar com o cuidado de um vizinho foi a coordenadora de voo
Kelly Maris da Silva, de 37 anos. Ela reside no Condomínio Ibirapuera, ao lado
do Villa Lobos. Ela conta que eram 6h30 quando retornava para o apartamento
após utilizar a academia do residencial e ficou presa no elevador por mais de
uma hora. “Eu não cheguei a ficar nervosa, mas gritei pedindo socorro. O
elevador parou no meu andar e minha vizinha ficou lá conversando comigo,
dizendo que já havia chamado o socorro e que eu podia ficar calma”, lembra.
Kelly
acredita que essa atenção foi uma questão de reciprocidade. “É um bom dia, boa
tarde ao entrar no elevador ou encontrar a pessoa no corredor, isto faz parte
da educação e é bom”, frisa.
Moradora
do Condomínio De La Flor, que também integra o Complexo Residencial Eldorado
Parque, a funcionária pública municipal Agna Marte Lemes da Silva de Oliveira,
de 49 anos, também tem boas história para contar sobre os vizinhos. Para ela “o
vizinho é o primeiro parente”, diz ao citar que em uma cidade grande como
Goiânia, mesmo que a pessoa tenha familiares na cidade, o socorro vem de quem
está mais próximo. Além disso, ela descobriu talentos e habilidades que ela faz
questão de prestigiar: vizinhas que produzem queijos e salgados em casa. “Faço
questão de comprar delas. Pra mim é um valor muito grande porque, além de
facilitar a vida da gente, são produtos saborosos e caseiros. ”
Então
é importante cultivar o bom relacionamento para que a convivência possa ser
harmônica e render boas histórias para contar.
Da Comunicação Sem Fronteiras, por Deivid Souza