Mercado Imobiliário Visa Crescimento em 2018
Essa é a avaliação de empresários em Goiás para o mercado imobiliário neste ano de 2018. Melhora de indicadores como retomada do emprego, controle da inflação e, sobretudo, a continuidade na política de redução da taxa de juros são os motivos que levam executivos do setor a acreditarem num ano de crescimento
Números da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que 2017 foi sim um ano de cautela, mas ao mesmo tempo de descolamento da crise política, trazendo ainda sim um crescimento significativo para o mercado imobiliário. Em todo o País, as vendas cresceram 25,5% de janeiro até agosto em relação ao mesmo período no ano passado. Sinais como a contínua queda da taxa de juros, controle da inflação e a retomada, mesmo que tímida, do emprego elevam a confiança de empresas e consumidores e dão mais motivos para uma perspectiva muito mais otimista para este ano de 2018.
No começo de dezembro, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, por unanimidade, reduzir de de 7,5% para 7,0% ao ano a taxa básica de juros. Segundo especialistas do setor imobiliário, a cada corte de 1 ponto percentual nos juros básicos, a renda mínima exigida para financiar o imóvel cai de 6% a 8%. Isso significa dizer que a queda de 1 ponto percentual de queda nos juros faz com que cerca de um milhão a mais de famílias passem a se tornar elegíveis a um financiamento imobiliário de R$ 200 mil.
Depoimentos e análises de diretores e executivos de grandes empresas do setor imobiliário e da construção civil em Goiás endossa essa espera de um cenário mais positivo e de crescimento forte. Confira.
Para URBS-RT, mercado imobiliário se beneficiará do crescimento típico do período imediato pós-crise
Com 41 anos de história e parceira comercial das maiores construtoras e incorporadoras do Estado, a URBS RT comemora o descolamento da crise política e a sinalização de um crescimento forte para 2018. Para um de seus diretores, Ricardo Teixeira, manutenção, por parte do Banco Central, da política de redução de juros é o motivo para se esperar um cenário bem mais otimistas para 2018.
Mas além disso, o executivo aponta outros bons indicadores como a retomada do emprego com a desaceleração da taxa de desemprego e o registro de sete meses consecutivos de saldo positivo de empregos formais, segundo a última edição da Pnad Contínua [Pesquisa Nacional de Amostra de Domícilio]. Os impactos já estão acontecendo no mercado imobiliário. “Na URBS, por exemplo, a área de revenda cresceu 30%, lançamentos e aluguel tiveram incremento de 10%, cada uma”, revela o empresário.
Teixeira lembrou que, historicamente, a economia se comporta de forma cíclica: sempre após um período de depressão, vem um boom de crescimento. “É o que esperamos para 2018”, diz e lembra que o Brasil é um País que sempre esteve às voltas com crises econômicas. “Nunca foi fácil vender imóveis aqui. O que fazemos para conseguir bons resultados nesses períodos é trabalhar muito e investir em treinamentos”, afirma.
O empresário destaca que somada a essa característica da economia, está o fato de a demanda por imóveis ter crescido muito nos últimos anos. A expectativa é que continue assim por mais algum tempo. “Estamos vivendo no Brasil, e mais precisamente em Goiás, o que é chamado de bônus demográfico, que é quando o número da população jovem, apta ao trabalho, é maior do que o de idosos o que têm uma influência positiva no mercado”, relata Ricardo Teixeira.
Para os negócios, a URBS RT prepara, além dos lançamentos nos bairros já consolidados como o Bueno, Jardim Goiás, Alto da Glória e Oeste, lançamentos em regiões menos assistidas pelo mercado imobiliário como o Bairro Goiá e outras que há muito tempo não recebem lançamentos. “O ano de 2018 será a retomada do mercado nas regiões consolidadas e início do processo de verticalização em regiões próximas aos setores já consolidados”, comenta Teixeira.
Dinâmica Engenharia retoma lançamentos
Para o empresário Mário Valois, diretor da Dinâmica Engenharia, construtora com mais de 30 anos de mercado, a convicção é de que haverá uma reação do setor imobiliário em 2018. “A inflação baixou e junto com ela a taxa Selic, o que gera a queda das taxas dos financiamentos imobiliários. Isso favorece a compra, aumenta a base da pirâmide”, ressalta.
Ele lembra que juros baixos são mais relevantes do que aumento de salário, uma vez que favorece a compra, especialmente nesse segmento econômico. “Tivemos um PIB negativo nos últimos anos. Sempre depois de crises, vem um crescimento bacana. Isso é histórico”, pontua.
A empresa ficou três anos sem lançamentos e voltará a lançar em 2018. A programação é de dois empreendimentos por ano, até 2020. “Existe uma demanda orgânica, o que está sendo lançado com preço e condições compatível com o mercado está sendo vendido. Os estoques em Goiânia estão baixando”, ressalta.
O empresário afirma que depois da turbulência política que afetou a economia, o Brasil começa a entrar nos trilhos, no caminho certo, porém ainda condicionado ao período eleitoral, que seguramente será um fator influenciador. “É importante tirar a população da linha da pobreza, mas de uma forma sustentável de fazer isso, proporcionando educação e qualificação de modo que pessoas produzam mais e melhor. O Estado tem de ser mínimo e se estimular as PPPs [Parcerias Público-privadas]”, deixa a mensagem para os candidatos.
Brasal Incorporações dobra resultados em 2017 e prepara novo lançamento para 2018 em Goiânia
Apesar da crise, a avaliação feita pelo diretor regional da Brasal Incorporações, Thiago Galvão, é de que o ano de 2017 foi muito positivo para a empresa em Goiânia. O volume de negócios alcançou os R$ 80 milhões em vendas, só na capital, o que representa mais do que o dobro dos R$ 36 milhões que foram comercializados em 2016. “Para o próximo ano, preparamos um novo lançamento”, anuncia.
O executivo lembra que 2017 está encerrando com uma marca histórica da taxa básica de juros a 7% ao ano e avalia que o investidor de imóveis retornará para o mercado a partir do ano que vem, graças às condições da economia alcançadas a partir do segundo semestre de 2017.
“Aplicações como os fundos de renda fixa, que atraiu muitos investidores nesses três últimos anos, deixarão de ser tão interessante e o imóvel, sob o ponto de vista de investimento, passará a ser um bom investimento. O imóvel passará a competir com outros tipos de aplicações”, explica Thiago Galvão.
Segundo ele, numa perspectiva mais estendida, de 25 meses, os estoques atuais de imóveis irão baixar significativamente, por dois motivos. O primeiro será o aumento do consumo. O segundo será o gap de ofertas ocasionado pela diminuição da produção entre 2016 e 2017.
“As empresas do setor imobiliário, muito responsavelmente, por conta da instabilidade econômica, pisaram no freio. Essa diminuição na produção será percebida em um momento em que o consumo estará mais intenso e, a diminuição da oferta gerará a valorização dos imóveis”, prevê Galvão.
CMO Construtora aposta em novas localizações
A CMO Construtora prepara dois lançamentos para 2018 em novas localizações em bairros que oferecem ao goianiense boa estrutura e com potencial de valorização, ampliando as opções de escolha para o consumidor. A empresa, que acumula em seus 31 anos de mercado a expertise de acreditado em novas regiões para receber verticalização, a exemplo do bairro Negrão de Lima e o Parque Cascavel.
“Goiânia é uma cidade jovem, ainda em formação urbana, com muitas regiões com bons acessos, estrutura e áreas disponíveis para verticalização”, observa o diretor da empresa, Marcelo Moreira. O nome do bairro ainda é uma informação estratégica e, portanto, sigilosa.
O volume de lançamentos da empresa será maior do que 2017, quando apenas um lançamento foi feito pela empresa. Para Marcelo, as ações comerciais estão ancoradas na continuidade da política de queda da taxa básica adotada pelo Banco Central, barateando os financiamentos, é que deve trazer um cenário para o mercado imobiliário.
“As taxas mais atrativas irão reaquecer todo o mercado, que irá retomar lançamentos suspensos durante a turbulência dos últimos três anos, e atender à demanda reprimida”, considera.
Loft prevê lançamento de empreendimentos residenciais para 2018
“Agora precisamos ser mais assertivos do que nunca. O mercado atual está muito diferente do que foi entre 2007 e 2009. Mas acredito que o pior já passou e em 2018 vamos apostar em lançamentos residenciais em localizações nobres e em regiões intermediárias”, pontua Gustavo Veras, diretor da Loft Incorporadora, empresa com forte posicionamento de mercado em imóveis sustentáveis.
Em 2017 a Loft Construtora e Incorporadora lançou a terceira torre do Residencial Ecovillaggio Castelo Branco, um projeto com modernas tecnologias de sustentabilidade e uma completa estrutura de lazer. Em poucos dias após o lançamento, a Construtora conquistou um excelente resultado nas vendas, reflexo de uma economia um pouco mais otimista e a tendência deve seguir em 2018.
O empresário acredita que a tendência mundial por um consumo mais consciente pode ser um grande mote para o mercado imobiliários e que o investimento em sustentabilidade, seja em imóveis econômicos, de médio ou alto padrão tende a aumentar. “Há um número crescente de consumidores que exigem isso, uso de tecnologias sustentáveis como energia fotovoltaica, reaproveitamento de águas cinzas, aproveitamento das águas das chuvas. E isso é uma tendência, inclusive, natural do mercado, até pela necessidade cada vez maior de uso racional dos recursos naturais”, afirma.
MRV Engenharia dobrará atuação em Goiás em 2018
Atuando num segmento que pouco sentiu os efeitos da crise econômica, a MRV Engenharia, líder na construção e venda de imóveis econômicos, projeta dobrar o volume de obras em Goiás em 2018. Atualmente, a construtora possui seis obras na região metropolitana de Goiânia e em Valparaíso. Para o próximo ano a expectativa é que mais sete empreendimentos sejam lançados.
No total, os novos lançamentos representam mais 2.641 unidades durante o ano com investimento de cerca de 270 milhões de reais. De acordo com o diretor de produção da empresa, Raphael Paiva, os novos lançamentos previstos irão impactar positivamente em empregos. A expectativa é gerar 400 novas vagas no próximo ano. Em 2017, a empresa encerrou o ano com 500 colaboradores em Goiás.
No cenário nacional, a empresa anunciou uma meta ousada: até 2028, serão investidos R$ 50 bilhões de reais na construção de imóveis econômicos em todo o País. A companhia também pretende ampliar sua carteira vinculada ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE – para 30% do total de sua carteira. Essa modalidade de financiamento abrange quem já tem um imóvel no nome e propriedades de metragens maiores.
Essa decisão, segundo o também copresidente da MRV Engenharia, Rafael Menin, é em função do aumento da confiança do consumidor na economia. “Do total de landbank da MRV Engenharia, sabemos que 10% a 30% já tem aderência ao SBPE, o que para a empresa é essencial no planejamento desses investimentos nos próximos anos”, diz Menin. A meta é que o SBPE represente 30% do total dos lançamentos, os mesmos patamares que a empresa mantinha em 2010, antes da crise econômica.
FR Incorporadora prepara cinco lançamentos
Com sólida e crescente de atuação em Goiás, a diretoria da FR Incorporadora também aguarda um 2018 positivo para o mercado imobiliário, com uma perspectiva ancorada na redução da taxa Selic. O diretor comercial da empresa, Pedro Borela, lembra que a taxa básica de juros saiu dos 13,25% no começo de 2017 para 7% no último mês do ano.
A confiança da incorporadora em 2018 é traduzida na forma de cinco lançamentos, previstos para o ano que vem. Os projetos serão voltados a todos os públicos, do econômico ao alto padrão. “Esses cinco projetos são o sinal de que acreditamos que o ano que vem será de um crescimento forte. Em 2017, tivemos apenas um lançamento e não houveram lançamentos em 2016. Enquanto em 2015 apresentamos três empreendimentos”, recorda o executivo.
“Neste ano, terminamos três obras, incluindo a do Órion Business & Health Complex (uma parceria com outras construtoras), e vamos concluir mais três em 2018. Os lançamentos virão para mantermos os mesmos níveis de atividade econômica. O segmento imobiliário precisa de lançamentos para manter postos de trabalho, para cumprir o seu papel social”, ressalta Borela.
Na opinião do diretor comercial da FR, o principal fator é a volta da confiança do comprador de que haverá a manutenção das políticas de crédito habitacional vigentes. “Demanda sempre tem. Quando o País está crescendo, os clientes e consumidores passam a ter confiança em investir”, afirma.
Consciente Construtora aposta no aquecimento do mercado de imóveis
De acordo com o presidente da Consciente Construtora e Incorporadora, Ilézio Inácio Ferreira, o cenário para o ano que vem é positivo, pois nos últimos meses de 2017, o mercado voltou a comprar “com mais firmeza”, principalmente os imóveis prontos, e com isso o “estoque deve diminuir” e as construtoras e incorporadoras voltarão a intensificar seus lançamentos. “A expectativa dessa retomada de crescimento pode realmente se concretizar com um resultado bem positivo para esses imóveis já lançados ou mesmo prontos”, frisa Inácio.
Sim Engenharia aposta no segmento de alto padrão
Otimismo é a palavra-chave do diretor da Sim Engenharia. Apesar dos desafios que o País atravessou no ano de 2017, a reação da economia superou expectativas. “Foi muito melhor do que o esperado, porque a previsão de todos, inclusive do governo, era que só iríamos começar a sair da recessão depois do primeiro trimestre de 2018. Nós acreditamos que a pessoa que adiou os seus planos de nova moradia irá retomar seus projetos”, considera o incorporador Paulo Silas Ferreira.
A empresa aposta no segmento do luxo. Estão na 28ª laje da obra do Kingdom Park Residence, ao lado do Parque Vaca Brava. A torre, com tecnologias inovadoras, terá um dos maiores apartamentos da capital, com 482 metros quadrados, e será o residencial mais alto do Centro-Oeste, com 175,09 metros de altura. Além da torre e da fachada em pele de vidro, o paisagismo do empreendimento é assinado pelo renomado escritório de Burle Marx. Serão verdadeiras mansões nas alturas, equipadas com o que há de mais moderno em tecnologia e sustentabilidade no País.
Os apartamentos terão cinco suítes, além de quatro ou mais vagas de garagem. Para o diretor, não há sinais de saturação nesse mercado. “O mercado de moradias de luxo em Goiânia é ancorado, em boa parte, no agronegócio e no setor industrial em expansão”, destaca.
Os números confirmam a impressão do incorporador. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima para Goiás uma produção total de 21,39 milhões de toneladas safra de grãos 2017/2018. A produção equivale a quase 10% da safra nacional, sendo o Estado o quarto maior produtor de soja, sorgo, tomate e alho no País. É também o segundo maior criador de vacas leiteiras e o 3º de bovinos. Na produção industrial, o Estado superou a média nacional em crescimento de janeiro a outubro deste ano – o crescimento foi de 3,5% ante 1,9%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Além desse projeto, a empresa lançou o Best Bueno em 2017, com 2 e 3 quartos com suítes, no Setor Bueno. Para o ano que vem, a Sim Engenharia e parceiros preparam três novos lançamentos nos setores Sudoeste, Marista e Universitário. A empresa ainda tem um projeto encaminhado no Setor Faiçalville, a ser lançado em 2019.
Font: http://midiacult.com.br/2018/01/mercado-imobiliario-visa-crescimento-em-2018/