Cuidados com animais de estimação evitam desentendimentos entre vizinhos
Considerados por muitos como membros da
família, os pets também podem ser motivo de desavenças entre moradores de um
prédio. Veterinária dá dicas que ajudam na convivência entre quem tem e quem
não tem um animal de estimação
A relação de amor entre brasileiros e animais de estimação não é de hoje
e cresce ano após ano, fazendo dos pets mais do que bichinhos que nos alegram,
mas membros da família. De acordo com o levantamento mais recentes sobre a
população de animais domésticos no País, que é de 2013 e realizado pelo
Instituto Brasileiro Geografia Estatística (IBGE), possuímos a quarta maior
população de pets do mundo, com mais de 132 milhões entre cães, gatos, aves e
outras espécies.
Mas se para muita gente eles fazem parte da família, outras pessoas, porém,
não compartilham dessa mesma paixão por esses bichos, por mais fofos que eles
possam ser. Latidos de madrugada, odores e até ataques inesperados são algumas
das situações que, frequentemente envolvem animais domésticos e resultam em
desentendimentos entre vizinhos.
O administrador Rodolpho Silva, que também é síndico do Residencial
Harmonia, empreendimento que faz parte do Complexo Residencial Eldorado Parque,
afirma que recebe pelo menos uma reclamação por semana dos cerca de mil
moradores relacionada aos animais de estimação.
Segundo ele, o regimento interno do condomínio restringe a presença de
animais em áreas de convivência, como hall de entrada, piscinas, playground e
outras. Quem leva os seus animais para passear deve carregá-los no colo. “Quando
há algum problema, buscamos solucionar por meio do diálogo, se não der certo há
a notificações. Mas apesar da quantidade de reclamações, ainda não foi preciso
aplicar multas”, afirma Rodolpho.
Conforme o síndico, os altos ruídos e os fortes odores gerados por fezes
ou urinas dos pets são as reclamações mais frequentes. “Os animais, quando
estão com os donos, geralmente não fazem tanto barulho, mas quando ficam
sozinhos e trancados podem incomodar. Outro problema é deixar os animais
fazerem as necessidades na sacada e não realizar a devida higienização”, conta
o síndico, que também tem um pet, um Dachshund, conhecido popularmente como
Cofape ou Salsicha.
Dicas
Mas segundo a veterinária Luciana Fonseca, a convivência entre quem tem
animais domésticos e quem não tem pode ser sim pacífica, se observadas algumas
regras simples. Uma primeira dica dada por ela é que moradores de apartamentos
devem optar por animais de pequeno ou médio porte e escolher raças específicas,
mais tranquilas e que saibam conviver em ambientes fechados.
“No caso de cães, por exemplo, na hora de escolher um mais agitado e
outro mais quieto é normal irmos naquele mais elétrico porque pode se pensar
que que o outro está doente. Porém, essas raças mais agitadas, como Yorkshire e
Chihuahua, costumam latir mais e isso pode gerar incômodos para os vizinhos”,
explicou. Pug, Shih Tzu, Lhasa Apso e Buldogues se destacam como as raças de
cães mais indicadas para viver em apartamentos.
Outra dica dada pela veterinária é a opção por uma outra espécie, como
os gatos, que segundo ela, convivem melhor em ambientes menores e fechados, do
que os cães. “Os gatos são feitos para esses espaços. Além de serem mais
calmos, eles também podem fazer companhia e diminuir a solidão de idosos que
moram sozinhos, por exemplo”, esclarece Luciana. Apesar de serem ideais para
ambientes pequenos, o felinos, como são mais independentes, têm o hábito de
fugirem para a casas ou apartamentos vizinhos. “Então, para quem tem um gato,
instalar grades de proteção em sacadas e janelas é uma boa ideia”, sugere.
Além dos tradicionais cães e gatos, que representavam, segundo o
levantamento do IBGE, 56% dos animais domésticos, também são comuns aves,
peixes e até répteis dividirem espaço com pessoas em apartamentos. Esses animais
podem trazer outra situação desagradável para a boa convivência: como fortes
odores. Nessas situações, a dica de Luciana é um cuidado a mais com a
higienização dos espaços onde ficam esses pets. E ela dá algumas
sugestões que podem ser usadas sem gastar muito. “Os donos podem comprar
tapetes higiênicos ou até mesmo usar jornais e colocar pelos cantos da casa.
Usar eliminadores de odores comprados em petshops ou, para quem não tem
condições, uma solução caseira é o uso do vinagre, água e detergente neutro. O
importante é respeitar os direitos e o espaço dos demais”, finaliza.
Viver em apartamento não deve ser um
empecilho para aqueles que desejam ter um animal de estimação. Os pets oferecem
companhia e aliviam o estresse do cotidiano agitado de uma grande cidade.
Conhecendo as dicas de como cuidar bem dos bichinhos, aproveite a agradável
presença deles, sem comprometer a boa convivência com os vizinhos.
Da Comunicação Sem Fronteiras, por Luiz Fernando