Caixa lança crédito imobiliário com taxa de juros fixa a partir de 8%
O presidente Jair Bolsonaro
participou, na manhã de quinta-feira (20/2), do lançamento do crédito
imobiliário com taxa fixa. A nova alternativa possui taxas de juros a partir de
8% até 9,75% ao ano e é válido para imóveis residenciais novos e usados, com
quota de financiamento de 80%. O serviço estará disponível a partir de
sexta-feira (21/2).
Segundo o presidente da Caixa,
Pedro Guimarães, a medida permite ao cliente uma escolha frente às linhas de
crédito atualizadas por TR, além de informar, desde o primeiro dia do contrato,
o quanto será pago de empréstimo até a última parcela.
“Hoje teremos algo que
realmente deixará a população com orgulho, porque vamos permitir que as pessoas
tomem empréstimo por 20, 30 anos sabendo desde o primeiro dia quanto elas vão
pagar. Em 2019, inovamos com a linha de crédito atualizada pelo IPCA. Com o
lançamento da taxa fixa, estamos revolucionando o mercado imobiliário no país”,
apontou.
Ainda de acordo com a Caixa, o
cliente poderá escolher entre os sistemas de amortização SAC, para contratos
até 360 meses, e price, para financiamentos de até 240 meses. Guimarães
destacou ainda que a modalidade da taxa fixa tem as vantagens de transferência
do risco do cliente para o banco, previsibilidade das prestações, e
possibilidade de securitização (venda de carteira).
O presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, destacou que o lançamento foi possível devido ao cenário
com taxa de juros e inflação baixa. “O crédito imobiliário é chave nesse
processo. Nosso histórico de juros altos e inflação alta não permitiriam que a
gente estivesse aqui hoje fazendo esse lançamento. Aproveito para deixar bem
claro que não teríamos juros baixos e inflação controlada se não fosse o
programa de reformas que o governo está fazendo. O programa de reformas
começou, mas precisamos continuar. É isso que vai dar sustentação para juros
baixos”, concluiu.
Critérios
para o financiamento
A Caixa explicou que a nova
linha de crédito terá taxas diferenciadas a depender da quantidade de anos
escolhida para que seja quitado o financiamento. A taxa mínima, por exemplo, é
de 8% e será oferecida à pessoa que optar por financiar durante 10 anos. Quem
assinar um contrato de 20 anos, terá uma taxa de 8,5%. Por fim, para o cliente
que escolher pagar o financiamento em 30 anos, a taxa será de 9%.
Segundo a instituição
financeira, para conseguir uma das três taxas, o cliente terá de atender a
critérios “diferenciados”. "Para ter a taxa mínima, você precisa
naturalmente ter um tempo de relacionamento um pouco maior, são fatores que
consideramos. Já temos esse padrão há algum tempo. Tem que ter uma posição
dentro do banco", explicou o vice-presidente da Habitação da Caixa, Jair
Mahl.
O banco também definiu taxas
específicas para servidores públicos e para funcionários da iniciativa privada,
desde que eles já tenham conta na Caixa. Os que se encaixam no primeiro perfil
terão taxas de 8,25% (10 anos), 8,75% (20 anos) e 9,25% (30 anos). Para os da
segunda categoria, as taxas serão de 8,5% (10 anos), 9% (20 anos) e 9,5% (30
anos). Se interessar pelo financiamento, mas não quiser abrir conta na Caixa, o
banco vai oferecer contrato apenas para 30 anos, com taxa fixada em 9,75%.
Mahl ainda detalhou que a nova
modalidade de crédito imobiliário vai dispôr de R$ 10 bilhões e deve valer
apenas para novos contratos. “Lembrando que temos carteira de R$ 460 bilhões. A
(modalidade) IPCA com R$ 10 bilhões, já emprestamos R$ 6,5 bilhões, e agora
estamos lançando agora também taxa fixa com R$ 10 bilhões”, destacou.
Ele também disse que clientes
com financiamento corrigido pela TR em banco privado poderão migrar para a
linha de taxa fixa da Caixa. Por outro lado, não será possível, pelo menos em
um primeiro momento, que os clientes da própria instituição financeira façam
portabilidade entre as linhas do banco, como sair de TR para taxa fixa ou de
IPCA para taxa fixa.
Apesar de a prestação com uma
linha de crédito de taxa fixa ser mais alta do que os demais tipos de financiamento
oferecidos pela Caixa, com o decorrer do tempo há um “decréscimo natural”, no
caso de o cliente escolher quitar o financiamento pelo sistema de amortização
SAC. Dessa forma, o financiamento com taxa fixa pode se tornar mais vantajoso
do que os por TR ou IPCA.
“Com o SAC, a amortização é
constante. Então, naturalmente, à medida que o cliente vai pagando a prestação,
vai diminuindo o saldo devedor e vai diminuindo também o valor dos juros que
ele paga no tempo dos 360 meses. Por isso que não temos utilizado a expressão
“prestação fixa”, porque a prestação só se torna fixa se o cliente fizer no
sistema Price. Assim, ela fica fixa do início ao final dos 240 meses”,
esclareceu.
“No SAC, a prestação se torna
um pouco mais alta do que a TR, porém, pelo sistema de amortização que você
escolheu, ele passa então a ter um crescimento natural. Quando o cliente for à
agência, ele vai ter essa simulação perfeita e vai ficar sabendo quanto ele vai
pagar pela prestação no decorrer dos 10, dos 20, ou dos 30 anos”, acrescentou
Mahl.
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